Ex-lateral do PAFC, Nonato
deixa as "peladas" de lado e foca no futevôlei
Há mais de 20 anos em MInas, Nonato brinca que, se voltar para Mossoró, ninguém o reconheceria;
agora, ele se dedica a novo hobby, que também virou negócio
Em 1990, quando o Pouso Alegre FC
se preparava para disputar o Campeonato Mineiro, o rubro-negro recebeu um jovem
atleta vindo do Rio Grande do Norte para compor seu elenco. Raimundo Nonato da
Silva, ou apenas Nonato, como era tratado aquele lateral de 1,69 metro, tinha
sido emprestado pelo ABC de Natal. Assim como o Dragão, naquele ano o lateral
se destacou na elite do mineiro, chamando a atenção dos grandes clubes
nacionais.
Após a disputa do Estadual, a
diretoria do Pouso Alegre FC adquiriu seu passe e repassou ao Cruzeiro, onde o
lateral se tornaria ídolo e capitão. Passados mais de 20 anos, Nonato ainda
vive em Belo Horizonte, cidade em que passou os melhores anos de sua vida e
constituiu sua família. “Se eu voltar
para Mossoró um dia, cidade onde nasci, acho que ninguém vai me reconhecer
(risos)”, brinca o ex-camisa 6.
“Aqui saio na rua e todo mundo demonstra um carinho enorme. Gosto muito de
Belo Horizonte, sou bem tratado e reconhecido. É muito bom morar aqui”,
completa. Aposentado desde 2002, quando deixou o ABC, de Natal, o ex-lateral
voltou para Minas e virou figurinha fácil em “peladas” na capital, assim como
outros jogadores. Contudo, ele agora está focado em outra modalidade esportiva.
“Meu negócio agora é o futevôlei. Futebol, para mim, só quando sou
contratado e pago mesmo para algum evento, por prefeituras ou empresas. Gosto
mais do futevôlei, porque não tem contato físico, são dois para cada lado”,
revela. As peladas, segundo Nonato, passaram a ser desgastantes. “Você vai
jogar e vê muito cara novo que olha um ex-jogador do outro lado e quer tirar
proveito de você em cima da juventude”, explica.
O antigo camisa 6 vê no futevôlei um hobby e também uma oportunidade de
negócio. “Queremos realizar a Copa do Brasil de futevôlei em Minas Gerais.
Serão as 14 melhores duplas do ranking do país, mais seis duplas aqui do
estado”, conta. Segundo Nonato, outros ex-jogadores estão virando adeptos da
modalidade, como Milagres, ex-América, os antigos cruzeirenses Nelinho e
Jefferson Feijão, além dos ex-alvinegros Éder Aleixo e Júnior.
O esporte nasceu na praia e tem como ícones os ex-ídolos do futebol
carioca, Renato Gaúcho e Romário. Mas, em Minas Gerais, Nonato garante que
também é fácil jogar. “Tem muitas quadras de areia particulares que a gente joga.
Nos clubes também é fácil achar”, explica. Boa praça, Nonato se relaciona bem
com muitos ex-jogadores. Por conta disso, ele também vê outra oportunidade de
negócio.
“Estou montando, para o ano que vem uma seleção mineira de futebol
máster. A gente vai poder ser contratado e terá um cachê dividido entre os
jogadores”. Além do empreendedorismo no meio esportivo, o ex-jogador também
cuida de uma empresa chamada Not Distribuidora. Ele é responsável pela
distribuição de um chá anti ressaca francês em Minas Gerais e também tem um
braço que faz pesquisas de avaliação de mercado.
Do Rio Grande no Norte a Minas
Gerais
Pelo Dragão do Sul de Minas, Nonato lembra que ter atuado bem contra o
Atlético foi importante para ganhar notoriedade. “Em um jogo, no aniversário do
Atlético, vencemos no Mineirão por 2 a 1. Em casa, empatamos por 3 a 3. Foram
boas partidas”. Na época, Nonato já era lateral-esquerdo, mesmo tendo a perna
direita como a principal. Ele conta como chegou na camisa 6.
“Na realidade, eu sempre fui meia, quando pequeno. No campeonato de
bairro, eu era camisa 10. Mas fiz teste no Baraúnas e, como tinha muita gente
para treinar, o técnico me perguntou se eu podia ser lateral-direito. Disse que
tudo bem e fui aprovado. Saí do Baraúnas e fui para um outro time de base de
lá. Nesse clube, eu era o coringa. Se faltasse volante, eu jogava,
centroavante, a mesma coisa. Então, o lateral-esquerdo do time começou a faltar
muito e eu me firmei nessa posição. Acabei chamando a atenção do ABC com a
camisa 6”, conta.
Nonato defendeu, pela ordem: Baraúnas, ABC, Pouso Alegre FC, Cruzeiro,
Fluminense, Etti Jundiaí (atual Paulista), Villa Nova, Ipatinga, Guarani de
Divinópolis, América-RN e ABC, de novo, em 2002, quando encerrou a carreira.
Títulos importantes na carreira
Grande capitão do Cruzeiro nos anos 90, Nonato foi responsável por
levantar muitas taças de um período áureo do clube. Foram muitas conquistas,
como duas Supercopas, duas Copas do Brasil, quatro Mineiros, uma Copa Ouro e uma
Copa Libertadores.
De todos os títulos, Nonato lembra com carinho da Copa do Brasil de
1996. “O mais importante foi a Libertadores. Agora, o mais marcante foi essa
Copa do Brasil de 1996. O Palmeiras tinha um grande time e todo mundo já dava a
vitória deles como certa. Já tinha até uma boate reservada para eles
comemorarem. Ganhamos no Parque Antártica por 2 a 1 e ficamos com a taça”.
Nonato foi o responsável por levanta-la. Contudo, no ano seguinte, a
missão de erguer o troféu ficou com Wilson Gottardo. “Quando ele estreou, eu
estava machucado e o Paulo Autuori deu a faixa para ele. Depois, quando eu
voltei, ele decidiu que permaneceria com o Gottardo”, explica o ex-lateral.
Mas o camisa 6 sempre foi jogador de bom trato e garante que deixou
muitos amigos no mundo da bola. “Sou nordestino e fiz amizade com muita gente
mesmo. Amigo mesmo é o Luis Fernando, Vitor, Dida, Marcelo Ramos, Da Silva,
Roberto Gaúcho... São jogadores que ficaram marcados com o tempo, além de
vários outros também”, diz.
Com informações do Superesportes
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