Em meio ao clima olímpico, enquanto as principais seleções
do mundo duelam pelo ouro em Londres, o basquete nacional, em especial o
mineiro, recebeu uma notícia que movimentou os torcedores. Através de uma rede
social o pivô Cristiano Silva Felício, um dos destaques do Minas Tênis Clube na
última temporada, se despedia do basquete brasileiro em tom de agradecimento.
Enquanto os torcedores tentavam entender o anúncio do
atleta, as notícias davam conta que o pivô estava de malas prontas para o
basquete dos Estados Unidos. Cristiano Silva Felício, de apenas 20 anos, é
natural de Pouso Alegre e durante três anos morou na cidade de Belo Horizonte,
onde sempre defendeu as cores do Minas Tênis Clube, onde o atleta teve uma
evolução surpreendente.
Seu destaque nas seleções de base, especialmente na disputa
da Copa América Sub-18, nos Estados Unidos, e Mundial Sub-19, na Letônia,
encheram de expectativa a iniciante carreira profissional do pivô. Cristiano,
por sua vez, tratou de consolidá-la. Integrado a equipe principal do Minas, o
pivô chegou a seleção adulta, disputando o Panamericano de Guadalajara e o
Sulamericano na Argentina.
Através da mesma rede social, Cristiano Silva Felício concedeu
uma entrevista em que reafirma todo o seu carinho pelo basquete brasileiro e
fala sobre passado, presente e futuro:
Primeiramente, só para
confirmar o que se veiculou nos sites, você parte ainda sem um time definido -
mas com a expectativa de NCAA, ou Junior College, certo?
Estou indo para os Estados Unidos ainda sem uma universidade
definida. Mas tenho como intenção disputar a NCAA e não o Junior College. Mesmo
porque se fosse para jogar o College eu preferiria ficar no Brasil, ou tentar
ir para a Europa.
Em que medida o
fortalecimento do basquete nacional, com a criação de um campeonato organizado
(NBB), contribuiu para o seu crescimento - que dá um passo a mais com a ida
para o exterior?
O NBB contribuiu muito não só para a minha evolução, como
para a de vários jogadores. Para mim foi muito importante, pois pude treinar e
jogar com atletas mais experientes que eu, tanto contra como a favor. Mesmo
sendo apenas um garoto no meio de tantos jogadores mais rodados, pude aprender
muito jogando e, assim, ganhando cada vez mais experiência.
E o papel do Minas, clube ao
qual defendeu por três anos, nessa nova trajetória?
O Minas foi importantíssimo para mim nesta trajetória. Me
deu todo o suporte necessário desde que eu cheguei, quando não era muito
conhecido. Pude ter grandes técnicos, como Flávio Davis, Nestor Garcia, Raul
Togni e Cristiano Grama, para poder me ensinar muito sobre o basquete. Coisas
que eu nem sequer sabia que poderia fazer. Pude atuar com jogadores muito
experientes, como o Murilo, o Drudi, o Luiz Felipe e o Facundo, que sempre
estavam me orientando numa coisa ou em outra, para que eu pudesse evoluir cada
vez mais. Só tenho a agradecer por tudo que fizeram para mim no tempo que
fiquei aí.
Muitos te apontam, pela sua
evolução nos últimos anos, como um grande candidato a chegar a NBA, maior liga
do mundo, e aos Jogos Olímpicos de 2016. Como você encara essas possibilidades?
Eu vejo estas possibilidades sempre como um desafio que eu
tenho que encarar e estar cada vez mais preparado para, caso venha a aparecer a
chance, eu poder agarrar com todas as minhas forças. Não deixar que passe. Mas
também não posso me iludir com isso e pensar que já estou lá, e sim treinar
cada vez mais duro para que eu mereça chegar lá.
Para encerrar, peço que dê um
recado a todos os brasileiros, em especial à torcida do Minas, que acompanham o
seu trabalho.
Bom, ao pessoal que me acompanha eu quero agradecer pela
força que sempre têm me dado. Ao torcedor do Minas, em especial, gostaria de
deixar toda minha gratidão e respeito por terem me apoiado e apoiado ao time.
Sempre, mesmo ganhando ou perdendo! Muito obrigado de coração ao grande
torcedor do Minas e um forte abraço!