quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Entrevista

“Vou dar o melhor de mim”

De engraxate e vendedor de picolé, a técnico da seleção mineira de Karate e Secretário de Esportes e Lazer do município de Pouso Alegre. Nascido no dia 21 de outubro de 1967, João Batista Rodrigues é a imagem dos esportistas brasileiros. De origem humilde, na zona rural de Borda da Mata, João do Karate, como é conhecido, enfrentou diversos obstáculos para alcançar um dos seus objetivos de vida, que era poder comandar o esporte na cidade onde vive há mais de 30 anos. Em entrevista ao Esporte Pouso Alegre, o atual secretário de Esportes e Lazer fala um pouco sobre sua trajetória de vida e como será seu trabalho na Prefeitura Municipal, a sua nova missão:


Como surgiu seu interesse pelo esporte?
Nasci em Pouso Alegre, mas morei até 09 anos de idade no Campo da Borda da Mata, na zona rural. Lá, eu andava a cavalo, montava em boi, desde pequeno já tinha esse gosto por aventura, por esportes. E assim que cheguei aqui na cidade, conheci o Karate e comecei a praticá-lo. Daí deu no que deu, cheguei aonde cheguei (risos).

Você está há 25 anos envolvido com o esporte e de aluno passou a ser professor e treinador. Como foi esse processo?
Comecei a praticar Karate em 1982, depois fui aperfeiçoar o esporte em Santos, chegando à faixa preta. Com isso, me tornei campeão na categoria e fui me especializando em arbitragem. Além do conhecimento técnico, que já tinha adquirido como atleta, aprendi mais sobre as regras. A partir disso, dei início a carreira de professor de Karate, nascendo assim, a Minas Kan. Por lá passaram centenas de atletas, dentre eles 21 campeões brasileiros, destacando-se Roger Ribeiro, que hoje é oficial do exército em Maceió/AL, que foi tricampeão brasileiro. Além dele, temos a Karateca Jéssica Dalt, que treina comigo desde os seis anos de idade, e hoje com 19, já conquistou o tetracampeonato pan-americano, sul-americano, hexacampeonato brasileiro e também nove títulos mineiros e está classificada para representar o Brasil no Panamericano, no México em 2011. Mas, temos ainda outros atletas que se destacaram como campeões Brasileiros, caso da Renata Tyioko Hokari Couto, Mateus José Hokari Couto, Ana Karine Fernandes, a mais nova bicampeã Brasileira, Maria Cecília Ferreira, que é a nossa revelação, de apenas oito anos de idade e que já é tricampeã mineira e bicampeã brasileira. Além de Marina Amorim Gallo, campeã sul-americana e bicampeã brasileira.

Como surgiu a oportunidade de trabalhar na administração pública?
Em 2005, o então prefeito de Pouso Alegre, Jair Siqueira, me convidou para assumir o cargo de diretor de esportes. Com essa nova função adquiri experiência em outras modalidades, tanto coletivas quanto individuais.

De diretor a secretário de Esportes e Lazer. Essa é sua missão mais difícil?
Não. Eu acho que a missão mais difícil da minha vida foi sair da zona rural e vir para a cidade. Na época, tinha nove anos de idade, tinha até medo de gente, parecia um bicho do mato. Vim ajudar meus pais, trabalhei de engraxate, vendi picolé pelas ruas, fui operário nas fábricas da Verlon e Alpargatas, e o esporte mudou o rumo da minha vida, hoje conheço o Caribe, Istambul, na Turquia, Frankfurt e Munique na Alemanha, Casablanca e Rabat no Marrocos, Espanha e praticamente toda a América do Sul. Na minha visão, a missão mais difícil da minha vida foi essa, vencer todos os obstáculos e chegar aonde cheguei. Para mim, frente à Secretaria de Esportes e Lazer, a convite do Prefeito Agnaldo Perugini, apesar da grande responsabilidade, tenho plena certeza que irei desenvolver um trabalho bem tranqüilo, pois possuo experiência e um bom relacionamento dentro da cidade, do estado e do país.

Esse era o seu objetivo de vida?
Sim. Meu grande objetivo sempre era trabalhar na pasta de Esportes e Lazer. Eu tinha vontade de chegar aqui um dia para poder cuidar do esporte de uma forma geral, de todas as modalidades. Antes, muito antes, eu reclamava que as administrações não apoiavam o esporte, mas percebi que o ideal era correr também atrás da iniciativa privada. Essas pessoas investem, pois vão ver que é bom, que vai ter retorno, vão investir em qualidade de vida para a sociedade e irão melhorar também a qualidade de vida dentro da sua empresa. Vão investir também em responsabilidade social, ou seja, as grandes empresas, hoje investem em responsabilidade social e assim, um ajuda o outro, o empresário me ajuda e eu o ajudo. E com isso a gente ajuda toda uma sociedade.


Muitas pessoas falam que falta apoio do poder público para o esporte. Você acredita que isso realmente acontece?
Sim. Mas percebi que não depende só dele. Quando tinha um campeonato, eu achava que era obrigação do poder público me ajudar. E com a experiência que adquiri, parei de pensar dessa maneira há muito tempo. Vou ficar só criticando para que? O negócio é correr atrás, vamos trabalhar em busca da iniciativa privada e também cobrar das autoridades através de projetos. Investir no esporte é investir em educação, saúde e segurança pública, pois vai integrar o jovem e deixá-lo longe das drogas. Então, na minha concepção, esporte é saúde, educação e segurança pública, e é isso que tentamos mostrar aos empresários e às autoridades, que é muito importante investir neste conjunto. Então, a Secretaria de Esportes e Lazer precisa de pessoas empreendedoras. Não quero criticar quem já passou, acho que temos que pensar daqui para frente. Daqui para frente eu vou usar a minha metodologia, os três pilares, que sempre nortearam meu trabalho: conhecimento, adquirido no dia a dia, rede de relacionamento, pois a gente não faz nada sozinho, e a compaixão, pois se você for uma pessoa boa, essa rede de relacionamento tende a aumentar.

Então, foi através dessa metodologia de trabalho que fez você chegar aonde chegou?
Acho que sim. Hoje sou conhecido como o João do Karate, mas eu não queria ser apenas o João do Karate e sim do Esporte, o do “cara ter” as melhores idéias, de ter os melhores projetos e conseguir os melhores recursos. Há pessoas que tem interesse em patrocinar para ver sua marca em evidência. E foi assim que surgiu a idéia, de sempre que ganhasse um campeonato nacional, contar com o apoio da mídia falada, televisada e escrita. Tem gente que pensa que era exibicionismo o atleta que conquistou um título nacional ou internacional, desfilar no Caminhão do Corpo de Bombeiros, mas eu discordo. Qual é ovo mais nutritivo, o de pata ou o de galinha? É o de pata, mas qual vende mais? É o da galinha. Isso é o marketing.

O time que você coordenou para disputar a Taça EPTV de Futsal em 2009 se enquadra nesse pensamento?
Sem dúvida. Ano passado, entramos para ganhar a Taça EPTV de Futsal. Para isso procurei pessoas que tinham experiência com Futsal, para auxiliar na formação da equipe. Fomos até São Paulo buscar jogadores e conseguimos contratar o Betão, que já teve passagens pela Seleção Brasileira de Futsal. Sofremos muitas criticas por ter trazido jogadores de fora, eram 10 de São Paulo e apenas cinco daqui, mas essa foi a forma que encontramos para conquistarmos o título. Mas, naquele momento agi como um empreendedor esportivo e não apenas como o João do Karate. Tratando-se de esportes de alto rendimento, você é obrigado a investir. E foi assim, através da iniciativa privada, que conseguimos montar aquele grande time, sem usar dinheiro público.

Agora como secretário, você pretende dar continuidade ao trabalho feito com o Futsal?
Sim. Tenho uma idéia que pretendo colocar em prática. Quero fazer como no Karate, um projeto social que envolva as crianças da periferia através da iniciativa privada, mas, não só na área do futsal, nas outras modalidades também. As crianças precisam de escolinhas de futsal de vôlei, Basquete, Handebol etc., em seus bairros, da mesma maneira que faço com o Karate. Eu dou aula de Karate gratuitamente em vários bairros da periferia, pois assim facilita para as crianças pequenas, que dependem de um adulto para se locomoverem até outro local. Portanto, agora, como Secretário de Esportes e Lazer, quero dar andamento a projetos semelhantes, nos bairros e na Praça de Esportes. Queremos fazer aqui (Praça de Esportes), um centro de excelência para trazer aqueles atletas, que se destacarem nos bairros, para cá e assim formar uma equipe do município. E o mais importante disso tudo, que sempre saliento, não temos que formar apenas o atleta, mas também o cidadão de bem.

Quais seriam seus outros projetos?
Eu não sei se vou resolver o problema do esporte em Pouso Alegre, mas posso garantir que vou fazer o possível, vou dar o melhor de mim para ajudar o esporte na cidade. Agora, a gente está numa condição favorável, haja vista que as seis maiores competições mundiais que vão acontecer no planeta nos próximos anos, serão realizadas no Brasil: Olimpíadas Militares Mundiais em 2011 que acontecerá no RJ, usando a infra-estrutura do Pan; A Copa das Confederações, 2013, Copa do Mundo de Futebol, em 2014, Copa América de Futebol, 2015, Olimpíadas e Paraolimpíadas, em 2016. Então, o governo vai investir no esporte, para que o Brasil se torne uma potência esportiva, assim como aconteceu na China nos últimos tempos. Com isso, dinheiro vai ter. Precisamos criar projetos e é assim vamos fazer. Nós queremos fazer os melhores projetos, para poder conquistar os melhores recursos, via Governo Federal e também a iniciativa privada. Se depender do que planejo, quiçá haverá uma fila de empresários querendo patrocinar as modalidades esportivas aqui em Pouso Alegre, não como forma gastos e sim investimentos.

E o Manduzão?
Temos que pensar e repensar sobre o assunto Manduzão. Essa é uma questão complexa e, por isso mesmo não deve ser discutida somente por um órgão e sim pela comunidade e seus representantes, poderes executivo e legislativo. O que podemos fazer com ele? Eu tenho contatos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e até mesmo em São Paulo. Penso em grandes investidores, para que eles possam apadrinhar o estádio e investir no futebol daqui de Pouso Alegre. Na minha opinião, estádio é para servir ao Futebol. Ele pode até ser usado para shows, desde que não prejudique o calendário esportivo e nem danifique o patrimônio, como acontece. Como Secretário, vou tentar fazer com o futebol, o mesmo que fiz no Karate e na Taça EPTV de Futsal. Se Deus quiser, vamos resolver em 2011 esse problema do Manduzão, mas infelizmente, não posso prometer nada, ainda.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Futsal

Prefeitura e Conselho de Juventude realizam a II Taça Rural de Futsal


Nos dias 11 e 12 de dezembro a Prefeitura de Pouso Alegre, através da Coordenadoria de Políticas para Juventude, junto com o Conselho Municipal de Juventude realizaram a II Taça Rural de Futsal na Escola Estadual Prof.ª Mariana Pereira Fernandes, no bairro Pantano do São José.

Esta foi a segunda edição do evento que contou com a participação de 03 equipes femininas e 08 equipes masculinas, representando os bairros Pantano do São José e Pantano dos Rosas, Maçaramduba, Águas Claras, Algodão, Boa Vista, Serrinha e mais a equipe convidada do CAP (Comunidade de Ação Pastoral) do bairro São Cristovão, havendo também uma grande presença da população local. O evento contou com o apoio da Polícia Militar e da direção da escola.

Levaram os troféus de campeões, a equipe do CAP no feminino e no masculino a equipe da Águas Claras. Mas todas equipes ficaram felizes pelo sucesso do torneio, que mais uma vez trouxe alegria aos jovens moradores da região.

Fonte: Conselho Municipal da Juventude