terça-feira, 16 de agosto de 2011

Jogos Estudantis

Esportistas de Pouso Alegre avaliam ‘Caso Ricardinho’

A demissão do professor do Colégio São José, Ricardo de Paula Luna, após ter ofendido seu aluno o chamando de “burro”, acabou ganhando repercussão nacional. Na tarde desta terça-feira (16), o fato chegou a estampar a página principal de muitos portais de notícias na internet, além do vídeo com a cena ter sido veiculado em vários meios de comunicação, gerando revolta em algumas pessoas. Em Pouso Alegre, a entrevista concedida pelo professor ao Jornal Diário com exclusividade também foi comentada em todos os pontos da cidade, em especial no meio esportivo.

“Conheço o professor Ricardinho e sei da sua capacidade. É uma boa pessoa, trabalhador, dedicado ao extremo. Ele errou sim ao tratar o aluno daquela forma. Mas as circunstâncias da partida, da competição, onde ele estava sozinho cuidando dos jovens, o deixou com muita responsabilidade. Outra coisa importante também foi à falta do Irmão Rino, que sempre dava suporte e o acompanhava os alunos nas viagens”, comenta Paulo Sérgio Ladeia de Castro, o Paulo da Pinta, ex-jogador de futebol profissional e secretário de Esportes e Lazer.

Para Paulo da Pinta, todos os profissionais estão sujeitos a cometer erros, com Ricardinho não foi diferente. A atitude imposta pelo Colégio São José, segundo o ex-atleta foi precipitada. “Não concordo com o fato da demissão. Ricardo vivia pelo Colégio, o trataram como um profissional descartável”, completa. Paulo da Pinta espera que o fato sirva de lição aos demais profissionais da área e que isso não se repita. “Devemos estender a mão ao Ricardo. Todos nós temos que ter uma segunda oportunidade. Ele errou, mas não podemos crucificá-lo”.

A opinião é dividida pelo atleta e professor de Educação Física João Leonardo Lopes. Tchurly, como também é conhecido em Pouso Alegre, já foi treinado por Ricardo de Paula e nunca presenciou fato como aquele ocorrido na semifinal dos Jogos Escolares de Minas Gerais, em Juiz de Fora. “Ricardinho sempre foi um treinador detalhista e cobrava bastante seus comandados. Acredito que aquela palavra dita ao garoto, saiu em um momento isolado, no calor do jogo, na vontade de ganhar. Ricardinho sempre buscava a vitória”, comenta.

De acordo com o atleta, que já atuou em vários times amadores da cidade, participando de diversos campeonatos na região, ofensas entre jogadores e treinadores chegam a ser comum. “Quando você está participando de um campeonato, você quer sempre ganhar. E é nesse momento, que às vezes sai uma palavra mais forte. Mas, os atletas e os treinadores nunca levam isso para a casa. O que acontece na quadra, ou no campo, fica por lá. Às vezes, nós atletas ou treinadores não medimos esforços para sermos campeões”.

Para o também professor de Educação Física, Nathanael dos Santos Vieira, comandar uma equipe de jovens nas competições, como os Jogos Escolares de Minas Gerais, exige bastante do treinador. “Ricardo talvez por sua entrega na profissão, tenha se alterado dentro da quadra de jogo. Porém, a culpa não é só dele. Professor precisa de um preparo emocional para estar em uma competição como aquela. Acredito que as instituições de ensino deveriam se atentar para isso também. Os professores precisam de mais atenção”, analisa.

Em relação a Ricardo de Paula, Nathanael o considera um dos melhores profissionais de Pouso Alegre. Segundo o professor da EM Antônio Mariosa, o CAIC da Árvore Grande, o trabalho desenvolvido por Ricardinho na Praça de Esportes é importante para o esporte local. “Além de organizar os diversos campeonatos promovidos pela Prefeitura, o professor Ricardo realiza um trabalho com centenas de crianças no futsal. No Colégio São José, as duas equipes que sempre se destacam nos campeonatos são a de Vôlei Feminino e do Handebol Masculino, ambos treinados por ele”, conclui.

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