terça-feira, 21 de junho de 2011

Futebol

Aranha pode ser campeão da América

O goleiro pode se tornar o primeiro pousoalegrense campeão da Libertadores, 19 anos depois de Paulo da Pinta ter ficado nas quartas de final com o Criciúma


A partir das 21h50min desta quarta-feira (22), a torcida do Santos FC vai parar. O alvinegro praiano entra no gramado do Pacaembu, em São Paulo, para disputar mais uma final da Taça Libertadores da América com Neymar e Cia. No entanto, para Pouso Alegre a torcida não estará somente para que a jovem estrela do futebol brilhe, ela irá além das quatro linhas, pois do lado de fora do campo, mais precisamente no banco de reservas, estará Mário Lúcio Duarte Costa, o Aranha.

Nascido em Pouso Alegre, o goleiro de 30 anos foi contratado pelo Santos FC no início da atual temporada e não conseguiu ganhar a titularidade do jovem Rafael, atrapalhado por uma séria contusão na mão esquerda. Depois de se recuperar, Aranha jogou apenas quatro jogos com a camisa alvinegra, sofrendo três gols, todos eles sob comando de Muricy Ramalho, tornando-se também o primeiro suplente do camisa 1 santista.

E com este novo posto, Aranha pode se tornar o primeiro pousoalegrense campeão da Taça Libertadores da América, 19 anos depois de outro jogador profissional nascido em Pouso Alegre ter tentando o título. Em 1992, Paulo Sérgio Ladeia de Castro, o Paulo da Pinta disputou a competição continental com o Criciúma EC e a equipe catarinense chegou próximo da decisão, sendo eliminada na fase de quartas de final pelo São Paulo FC, que viria a ser campeão da América na temporada.

“A Taça Libertadores é um campeonato diferenciado, pois as equipes da América sabem jogar como ninguém. Ao contrário do que muitos imaginam, o Santos terá muita dificuldade nesta final, pois o CA Peñarol é um adversário forte, com jogadores ‘catimbeiros’ e que marcam bem”, comenta Paulo da Pinta, lembrando-se que a equipe uruguaia já eliminou o Internacional, em pleno estádio Beira Rio, na capital gaúcha.

Sobre Aranha, Paulo da Pinta o considera um bom goleiro que conseguiu chegar a um grande clube brasileiro depois de muito trabalho, mas acha difícil o pousoalegrense ganhar a titularidade do Santos FC. “Rafael é um dos melhores goleiros em atividade no Brasil, no entanto isso não quer dizer que Aranha não terá chance no Santos. Muitas coisas podem acontecer no futebol, como convocações e até mesmo lesões”, completa.

“Jogamos de igual para igual com o São Paulo”, lembra Paulo da Pinta


Antes de chegar ao Criciúma EC, no início de 1992, Paulo da Pinta já tinha jogado pelo Pouso Alegre FC, Cruzeiro EC e AA Internacional, de Limeira. E foi no clube catarinense que o atleta viveu o período de sua carreira. O pousoalegrense lembra que a sua contratação pelo Tigre, como também é conhecido a equipe de Santa Catarina, foi um pedido do treinador Levir Culpi, com quem tinha trabalhado na temporada anterior e tinha acabado de assumir o cargo que pertencia a Luiz Felipe Scolari, Felipão, campeão do Mundo com a Seleção Brasileira em 2002.

“Entramos na Libertadores como campeão da Copa do Brasil do ano anterior. O Criciúma era uma time desconhecido por muitos, mas foi naquela Libertadores que mostrou toda sua força. Na primeira fase terminamos em primeiro do grupo, com o São Paulo FC, Bolívar e San José. Fizemos grandes jogos, como o da estreia diante do Tricolor Paulista, quando vencemos por 3 a 0, além dos bons resultados conquistados na altitude da Bolívia”, recorda Paulo da Pinta.

Na época, o regulamento da competição não permitia que times do mesmo país chegassem à semifinal da Libertadores da América, e como o Criciúma EC e São Paulo FC se classificaram para as quartas, foram obrigados a se enfrentarem novamente. Paulo da Pinta não se esquece dos duelos que culminaram com a eliminação dos catarinenses e que colocaram o clube na história futebol brasileiro.

“Perdemos o primeiro jogo no Morumbi por 1 a 0, com um gol de Macedo no fim da segunda etapa, jogando de igual para igual com o São Paulo de Telê Santana. No jogo de volta, realizado na nossa casa, conseguimos sair na frente com Soares, nosso centroavante. Continuamos em cima do São Paulo, mas no segundo tempo Palhinha empatou o jogo, depois de uma bela jogada de Raí”, lamenta o volante do Criciúma.

Depois da Libertadores de 1992, Paulo da Pinta deu continuidade em seu trabalho no Criciúma. Jogou por mais seis anos no Tigre Catarinense e depois de uma breve passagem pelo futebol gaúcho, voltou para ser diretor de futebol do Criciúma, função que exerceu por quase quatro anos. “Tenho orgulho de ter jogado pelo Criciúma e ter feito parte de uma equipe que entrou para a história. A Taça Libertadores da América de 1992 marcou minha carreira”.

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